sábado, 8 de março de 2014

Tempo de Crise, Tempo de Despertar!

"Analistas das ciências da Terra e do Cosmo nos advertem que o tempo atual se assemelha muito às épocas de grande ruptura no processo de evolução do planeta, caracterizadas por processos de extinção em massa.   Só que o risco, agora, não vem de alguma ameaça cósmica ou de algum cataclismo natural produzido pelo próprio planeta, como naqueles tempos; vem da atividade humana.
A atual ameaça se chama: 'Homo sapiens sapiens' (homem sábio sábio), que tem se comportado como 'Homo sapiens demens' (homem sábio demente), criando os instrumentos de sua própria destruição.  O destino da biosfera está em suas mãos, e é ele que tem que decidir se quer continuar a viver ou autodestruir-se.
Nos últimos três séculos, a humanidade ocidental criou um estilo de vida mundializado, ao qual estão ligadas a destruição de ecossistemas, a ameaça nuclear e a falta de compaixão, que relega milhões e milhões de pessoas a miséria.   Como consequência, os indicadores da situação mundial, hoje, são alarmantes.
Estimativas otimistas estabelecem como data-limite o ano de 2030, a partir do qual a sustentabilidade do sistema Terra não estará mais garantida.  Resumidamente, são três os nós problemáticos que devem ser desatados urgentemente:
- o nó da exaustão dos recursos naturais não renováveis;
- o nó da suportabilidade da Terra (quanto de agressão ela pode suportar?);
- o nó da injustiça social mundial.
Temos de mudar nossa forma de pensar, de sentir, de avaliar e de agir e partir de outros princípios mais benevolentes para com o nosso planeta, se quisermos salvá-lo e também a nós mesmos.
mais do que nunca, precisamos ter sabedoria para captar informações imprescindíveis, definir a direção certa, projetar o sonho que guiará e priorizar as ações que vão traduzir este sonho em realidade.
Para refazer a aliança com a Terra e com todas as formas vivas nela existentes, e com elas selar um pacto de benquerença, "sonhar" é da maior importância.
E, então, nos perguntamos:
- Qual o nosso sonho, agora?   Que visões de futuro ocupam as mentes e o imaginário coletivo?   Qual a nossa capacidade de criar novos valores?   Que cuidados temos tomado para com a natureza e que benevolência suscitamos para com todos os seres da criação?   Que novas tecnologias utilizamos coerente com eles?   Que irmandade estabelecemos entre todos os povos e culturas?   Quem são os sujeitos coletivos que irão gerar a nova civilização?
Nestes tempos de deserto e solidão, temos de sonhar e viver o sonho de uma nova civilização, não mais regional, mas coletiva e planetária e, também, mais solidária, mais ecológica, mais integradora e mais espiritual.
(Adaptado de Leonardo Boff, 
O Despertar da Águia. Vozes: Petrópolis, 1998)

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